fui ficando ao longo do caminho, de pouquinho em pouquinho me desloquei pelas estradas por onde andei.

o retorno, apesar de incerto, será sempre aguardado, pois meu coração descompassado perdeu seu rumo mais uma vez.

não me arrependo, não repenso decisões, não há tristeza, apesar de que a incerteza me faz voltar e ir além.

no vai e vem prossigo andando, sem me apressar vou esperando e ao esperar eu chego além.

simplesmente evito perder-me em meio a divagações sobre aquilo que não mudará. fatos são fatos e devem ser respeitados, mesmo que por vezes não concordemos com o caminho pelo qual eles nos levam.

simplesmente evito angustiar-me na espera da escolha alheia. se não cabe a mim traçar o plano, não há justificativa em ficar aflito quanto ao resultado atingido.

simplesmente evito colocar-me no lugar dos outros. tudo o que falo em penso é filtrado em minha personalidade e é passível, portanto, de sofrer influências vitais no produto final.

que cada um viva com suas próprias rotinas.

por vezes perdemos tempo planejando aquilo que virá, aquilo que será, aquilo que faremos. se fugir do passado é impossível, negar que o futuro nos aguarda na próxima esquina é igualmente improvável. é por isso que decidi que farei o melhor que puder hoje, para que meu amanhã possa ser a colheita daquilo que plantei e que o meu presente, que então terá se tornado passado, possa me parecer reconfortante. e para os arrependimentos, guardarei em mim as forças necessárias para superá-los. sei que não posso fazer tudo, mas me proponho a tentar fazer tudo aquilo que puder.