virá o dia em que cessarão os problemas e as dúvidas. o dia em que olhar para o passado será a confirmação de que as escolhas feitas foram acertadas, de que os riscos corridos foram necessários e de os momentos juntos não foram em vão. um dia, será simples o acordar e aceitar que tudo aquilo que se queria está ao alcance e que valeu a pena esperar por algo realmente especial. neste dia não serão necessários palavras ou gestos. neste dia, um simples sorriso será suficiente para confirmar tudo.

tenho uma confissão a fazer: errei. errei tentando agradar, tentando ajudar, tentando me enquadrar, tentando... mas não me arrependo de ter errado. posso ver meus erros como pequenos desvios no caminho, pequenas paradas não programadas que só serviram para me ensinar algo valioso. errei ao sufocar alguém com um sentimento de proteção, como se dependesse de mim manter aquela pessoa tão especial sã e salva. e errei quando não compreendi direto que tudo o que esta pessoa queria era o direito de se defender sozinha. errei quando acreditei que minha felicidade tinha saído pela mesma porta que uma pessoa antes tão querida. errei por acreditar que todos seriam felizes pelo sucesso alheio e por crer que minha equipe nunca perderia. errei por ter estado ocupada com burocracias enquanto deveria estar ao lado de alguém que cedo partiria. errei achando que um pequeno tempo exclusivo com alguém especial não faria muita diferença. e como fez. por enquanto continuarei errando. pelo menos, assim espero.

procuro...
um motivo a mais para sorrir;
um motivo a mais para sair;
uma nova tendência;
uma roupa especial;
um momento inesperado;
uma lágrima de felicidade;
um pedido apaixonado;
um convite para uma aventura;
um novo lugar para se ir;
um velho amigo que eu perdi;
uma música que eu costumava ouvir;
um momento que vai me deixar sem fala;
um grito para me deixar sem voz;
uma comida inusitada;
um biscoito de nata com goiabada;
um lugar debaixo do sol;
uma poça d'água em dia de chuva;
um mapa para me mostrar um caminho;
um motivo para continuar procurando.

eu sou uma otimista. não me venha com essas histórias de que conhece um fulano que não conseguiu algo ou sofreu alguma perda. reconheço que existem momentos difíceis e situações que parecem insuperáveis, mas acredite em mim: há uma saída! o universo não está, nem nunca esteve contra você, as coisas que você quer serão suas desde que você acredite de que você é merecedor delas. eu acredito que eu tenho tudo o que necessito para ser feliz. simples assim. chame de arrogância, prepotência, ou sei lá. eu me sinto como alguém com todo o potencial para conquistar até mesmo os maiores desafios. o meu céu não é sempre limpo e ensolarado, mas eu sei como apreciar a beleza de um perfeito dia nublado.

recentemente descobri algumas coisas a meu respeito. descobri que sou mais resistente do que eu mesma pensava e que, apesar de ter um gênio, digamos, "agressivo", estou disposta a relevar certos movimentos que fazem o meu sangue ferver. descobri que a saudade causa em mim efeitos devastadores, mas que me fazem mais forte. descobri que estou disposta a lutar pelo o que eu quero e acredito, mas não estou nem um pouco confortável com o simples pensamento de abrir mão de algo especial por um desejo que requer muitos sacrifícios que não serão completamente compensados. descobri que não preciso de muito para ser feliz e que as minhas melhores risadas e os melhores momentos vieram de maneira inesperada, pois o que o futuro tem de melhor é que ele é imprevisível e cheio de boas surpresas pelo caminho.

a retórica é minha arma mais letal.

aonde esta estrada vai me levar? no final dela a paisagem é verde e inspiradora, cheia de alegrias e conquistas? e pelo caminho? hei de ter junto a mim todas as pessoas mais queridas e meus amores eternos? poderei vencer se a escolha for ficar longe por mais tempo? terei os meus de volta quando for a hora de retornar? o que o futuro me reserva é uma grande incógnita que na realidade não deve ser lida no presente. quanto a minha estrada? ela me levará exatamente aonde eu devo ir. simples assim.

Me dê ao menos o privilégio da tua voz, quando todo o resto me tiver sido negado. Me deixa ler nas entrelinhas do teu tom de voz aquilo que você deseja me dizer, mas na verdade tem guardado dentro de ti com medo de me machucar quando proferir. Eu só preciso da tua voz, mesmo que tu estejas proferindo besteiras. Tua voz é a parte de ti que consegue mais fidedignamente me atingir aqui no outro lado do oceano. E tua voz é tudo o que eu preciso agora para acalmar meu coração agitado.

Não me fale o óbvio. Sou consciente dos meus defeitos e das minhas qualidades, e daqueles primeiros eu sei que existe algo que eu poderia fazer para atenuá-los, mas sinto que agora não é o momento. As possibilidades se apresentam na minha frente, mas minha cabeça cheia de pensamentos e considerações não me aponta uma saída simples. Should I stay or should I go? Azul ou vermelho? Emprego atual ou quem sabe a tentativa de um novo? Uma decisão que não muda muita coisa: não decidirei nada agora! E se mesmo assim continuo me estressando ao pensar nas questões que me rodeiam, que assim seja. Não me fale o óbvio: eu sei que racionalizo demais!